A paixão nacional pelo esporte também incita outros comportamentos…
A paixão nacional pelo futebol, tão celebrada e enraizada na cultura brasileira, também é um fenômeno que incita comportamentos alarmantes. Em meio às celebrações e às rivalidades do esporte, emergem comportamentos que expõem uma face sombria da sociedade: a violência de gênero.
O futebol é capaz de despertar as mais variadas emoções no ser humano. A alegria de uma vitória, a tristeza de uma derrota, a euforia dos gols e a frustração dos erros. No entanto, esse esporte, que deveria ser uma celebração de habilidade, estratégia e trabalho em equipe, muitas vezes também traz à tona o que há de pior nas pessoas. Infelizmente, não é raro que o futebol nacional protagonize cenas de extrema violência, especialmente entre torcidas rivais em dias de jogos.
Contudo, a violência associada ao futebol não se restringe apenas a confrontos entre torcidas organizadas. Ela se estende a problemas sociais ainda mais graves e relevantes, como a violência doméstica contra mulheres. A relação entre jogos de futebol e violência doméstica é um reflexo perturbador das desigualdades sociais e de gênero que permeiam nossa sociedade.
Dados do Instituto Avon e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2022) revelam uma correlação preocupante entre dias de jogos de futebol e o aumento nos registros de violência doméstica. As estatísticas indicam que, em dias de futebol, os registros de violência doméstica aumentam quase 26%. As principais notificações de agressão contra mulheres nas delegacias são de ameaça e lesão corporal.
Em dias em que um dos times da cidade joga, o número de registros de Boletins de Ocorrência de ameaça contra mulheres aumenta em 23,7% e o número de registros de B.O.s de lesão corporal aumenta em 20,8%. Em dias em que a partida desse time acontece na própria cidade, o aumento de registros de lesão corporal é de 25,9%.
É importante esclarecer que não estamos sugerindo que o futebol seja uma causa direta da violência doméstica contra mulheres. Contudo, ele pode atuar como um catalisador de frustrações e emoções negativas, que, por sua vez, se manifestam em comportamentos violentos. Essa triste realidade evidencia a intensa associação entre homens, esporte e violência, revelando uma dinâmica complexa que reflete as profundas desigualdades sociais entre homens e mulheres.
O futebol, enquanto expressão cultural e paixão nacional, não deveria ser um espaço onde a violência encontre terreno fértil. É nosso dever, como sociedade, assegurar que o esporte seja um símbolo de união, respeito e celebração da diversidade.
Ao longo dos anos, a Flash Vip sempre levantou pautas importantes sobre a igualdade de gênero, o papel da mulher e as lutas diárias que enfrentam. Confira as matérias.
Reportagem escrita por Carol Bonamigo
A delicada linha tênue entre elogio, inconveniência e assédio tornou-se um tema amplamente discutido a partir dos escândalos de assédio sexual que vieram à tona em Hollywood em 2017. Com as primeiras denúncias de mulheres contra produtores, diretores e outros profissionais da indústria cinematográfica, muitas outras se sentiram encorajadas a seguir o exemplo, rompendo com um ciclo de silêncio motivado pelo receio de prejudicar suas carreiras e enfrentar constrangimentos.
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Reportagem escrita por Diana Heinz
A matéria explora a longa e persistente batalha das mulheres contra violências e constrangimentos enraizados há anos, desde os primórdios de nossa sociedade patriarcal. Esta história toma partida do caso Carolina Dieckmann, que em 2011 teve seu computador pessoal invadido por um hacker que teve acesso a 36 fotos íntimas da atriz.
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Matéria escrita por Mirella Schuch
O isolamento social forçado pela pandemia de Covid-19 fez com que as mulheres tivessem ainda mais contato com seus agressores. Os casos de violência contra a mulher aumentaram significativamente neste contexto. Oito em cada 10 vítimas sofreram abusos psicológicos durante a pandemia. Mais da metade das mulheres também foi violentada sexualmente pelos companheiros ou ex-parceiros.
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Matéria escrita por Ana Laura Baldo
A violência contra a mulher no mundo é histórica, estrutural e está enraizada na nossa sociedade. Isso está ligado, principalmente, ao patriarcado, à condição privilegiada destinada ao homem como autoridade, seja na esfera política ou até mesmo doméstica. Com o aumento significativo da violência contra a mulher no Brasil, a criação de leis que pudessem proteger suas vidas e dignidades foi necessária. Assim, com uma grande diferença de idade entre elas, a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio se tornaram ferramentas essenciais na luta por direitos, que inclui a vida.
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Assédio, violência e a cultura do silêncio geraram o debate do 9° episódio do falaFV!, o podcast da Revista Flash Vip. Carol Bonamigo e Carla Hirsch, sócias da FV, conversaram com a psicóloga Daiana Cristina Sebenello e a advogada Ana Elsa Munarini sobre como a importunação sexual trabalha dentro da cabeça da mulher, como acabamos tendendo a nos culpabilizar quando algo assim acontece, os reflexos na vida da pessoa que sofre assédio ou abuso e a importância da rede de apoio. Episódio disponível no Spotify, Apple Podcast e no canal do YouTube da FV.
Gabrieli Zambiasi
Letróloga, redatora e social media