A FV bateu um papo com o designer Marcon Zanin, voluntário do Desbravalley, que atua como agente transformador do ecossistema local.
Dados da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) mostram que Santa Catarina abriga mais de 16 mil empreendedores e, nos últimos 30 anos, o número de empresas de tecnologia cresceu 10.000%. Dentre as cidades com maior densidade de startups per capita no Brasil, estão Florianópolis, Chapecó e Joinville, sendo que o setor tecnológico já representa 5,6% do produto interno bruto (PIB) do estado, com um faturamento de R$ 15,8 bilhões, e posicionando o estado como o sexto maior polo do país. O Oeste Catarinense já é responsável por 10% do total de empresas de ti e de 8,1% do faturamento do setor. Visando desenvolver ainda mais o potencial da região, o Desbravalley surge como um movimento de fortalecimento do ecossistema de inovação e empreendedorismo, com pessoas de diversos setores colaborando paralelamente para evoluírem juntos. Nesta edição, a FV bateu um papo com o designer e empresário Marcon Zanin, voluntário do Desbravalley, que atua como agente transformador do ecossistema local.
O Vale do Silício (Silicon Valley), na Califórnia, EUA — mundialmente conhecido por abrigar diversas das principais startups e empresas de tecnologia de renome global — foi a inspiração para o nome Desbravalley. Como surgiu a ideia para a criação e o propósito do Desbravalley e há quanto tempo se dissemina esse conceito na região?
O Vale do Silício realmente inspirou muito o movimento que surgiu de forma bem orgânica, pelo encontro e união de algumas pessoas que começaram a puxar iniciativas de encontros e eventos. Com a evolução desses encontros veio a necessidade de se pensar um nome e amadurecer um pouco a forma de representar e falar do movimento. Alguns voluntários, que trabalham com criação de marca e comunicação, trouxeram sua bagagem para o projeto, e há uns três anos realizaram algumas pesquisas e momentos de cocriação com a comunidade e acabaram criando esse nome que representa bem o conceito do movimento.
Quando pensamos em tecnologia e inovação, automaticamente associamos a internet, ciências e tecnologia da informação, mas sabemos que muito mais áreas e nichos de mercado atuam nesse ecossistema tecnológico. Na prática, o que significa esse conceito de ecossistema e como ele funciona?
A inovação é geralmente fruto de uma combinação de fatores, de formas diferentes de ver o mundo e de fazer as coisas. E essa combinação só acontece com a colaboração. Ecossistema significa que atuamos em rede, tudo está conectado, e quando paramos de pensar exclusivamente em competição e buscamos nos integrar, colaborar, entregar valor, todo o sistema ganha. Na prática acho que é isso, pessoas de diversos setores pensando juntos sobre como podemos colaborar para crescermos juntos.
Como estar organizado dentro deste conceito do Desbravalley auxilia no desenvolvimento regional mais acelerado, incentivando e atraindo novas ideias, empresas e investidores?
Acredito que o conceito é um símbolo de união, de integração. Temos grandes instituições de ensino, empresas e profissionais super capacitados na região, mas também temos muitas limitações e defasagens em relação às capitais e centros culturais e tecnológicos, por isso, quanto mais unidos e conectados estivermos, mais fortes seremos.
O potencial da região se destaca pelo crescimento do número de empresas de tecnologia, startups e eventos de inovação, e conta com mais de 1,2 mil empresas, que geram 4,7 mil empregos diretos e uma receita anual de R$ 850 milhões (segundo dados da Acate). Na sua opinião, qual a importância em voltar a atenção para este setor e ajudá-lo a se desenvolver, pensando tanto em incentivos acadêmicos, de políticas públicas e privadas?
As empresas mais valiosas no mundo hoje são empresas de tecnologia, todos os negócios do mundo estão passando pela transformação tecnológica e os estados e países que não investirem pesado nesse setor ficarão para trás no seu desenvolvimento. As empresas de base tecnológica têm um potencial de crescimento muito grande, gerando oportunidades de desenvolvimento. E para que esse desenvolvimento aconteça, realmente é necessário fortalecer todo ecossistema de envolvidos, principalmente com a colaboração entre os três grandes setores: a Academia, o Setor público e o Privado.
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