Uma conversa com o jornalista e empresário Thiago Freitas
Chapecó é um grande polo de turismo de negócios, reconhecido pela assembleia legislativa de Santa Catarina como a capital catarinense dos eventos de negócios, desde 2007. Aqui, somos palco para eventos de grande porte envolvendo a agroindústria, setor moveleiro, logística e transporte, mercado de festas e casamentos, arquitetura e decoração, e muito mais. Desta forma, a cidade sustenta um ecossistema robusto que movimenta centenas de milhões de reais, gera empregos e fortalece setores interligados como hotelaria, transporte, gastronomia e varejo. Para falar conosco sobre tudo que envolve realizar um evento de grande porte e sucesso, trouxemos o jornalista e empresário Thiago Freitas, que juntamente com a equipe da sua agência THF Marketing e Eventos, organiza e realiza a Decorare Santa Catarina e Rio Grande do Sul e a Feira Super Casa.
Flash Vip: A Decorare é uma Mostra de Decoração, Arquitetura, Design e Paisagismo, que já tem 26 anos de existência. Mas, quando você tomou a frente, em 2018, expandiu essa marca, levando a outras cidades e estado (chegando a sete cidades de SC e RS). E hoje ela se consolidou como uma das maiores mostras/exposições de arquitetura, arte, design e paisagismo do país. Como é para você fazer parte deste legado?
Thiago Freitas: Tenho muito orgulho. Poucas cidades de interior se desafiam a fazer uma mostra deste porte. É uma questão de maturidade. Quando pensamos em expandir a Decorare, jamais tive ideia do quão alto seria o investimento – e quando falo em investimento, estou me referindo ao fi nanceiro, o tempo e a saúde. Nesta última edição, foram 40 escritórios de arquitetura e 81 profissionais, então imagine organizar isso tudo. É como ter 40 obras dentro de uma obra. Hoje temos um poder municipal que facilita, mas tem um estado inteiro, uma conjunção de todas as instâncias que dificultam com a burocracia, e tem que ser assim, pois tudo tem que funcionar, mas dá um trabalho imenso. A Decorare foi criada pelo pelo empresário Celso Cecchin, a arquiteta Sandra Marafon Dutra e a engenheira civil Luzia Massa. Ela não é minha. E espero que depois que eu não estiver mais à frente, que seja feita por outras pessoas que também se importam com a marca.
FV: Como é o processo de curadoria dos ambientes e profissionais que participam da Decorare?
TF: Trabalho com arquitetura desde 2007 e me especializei em Design de Interiores justamente por causa das feiras. Todos os anos eu frequento mostras de arquitetura em todo o Brasil. Os temas foram escolhidos com base no meu conhecimento e no que sentimos no momento, juntamente com a curadoria das artistas plásticas e demais profissionais que me ajudam. Se a arquitetura não “falar” com as pessoas, ela perde o sentido. É preciso ter alma e tocar as pessoas. A casa tem que ter essência, se não tiver, ela não passa de um monte de parede e concreto. Neste ano trabalhamos com o tema Brasilidades, o que não é uma grande novidade, mas precisamos valorizar o nosso, o que é de casa. Nossa principal inspiração tem que ser o nosso país, temos uma cultura enorme e temos que valorizar as nossas raízes. E o “ser brasileiro” é um estado de espírito. E com base no tema escolhido e o espaço que o arquiteto vai fazer – uma cozinha, um banheiro, um quarto – os profissionais desenvolvem seus projetos.
FV: A Super Casa é uma feira jovem – criada em 2021 – e veio com proposta diferente da Decorare. De onde surgiu a ideia de criar esse evento?
TF: A Decorare é mais conceitual e a Super Casa é uma feira focada em vendas, é varejo. Enquanto a primeira dura 40 dias, a segunda são apenas quatro dias. Então é oportunidade de fazer negócios. A Super Casa nasceu de uma provocação, uma ideia dos próprios lojistas – que se sentiam de fora da Decorare, cujo foco fica mais nos escritórios de arquitetura – de tratar de negócios de forma mais objetiva e rápida dentro da própria feira, que tem seu ponto central na venda de decoração, utensílios, imóveis e artesanato. E ela também se expandiu, nesses quatro anos já foram realizadas nove edições nas cidades de Chapecó, Xanxerê e Florianópolis. Embora os dois lidem com casa, são completamente diferentes. Tive que praticamente reaprender a fazer evento, com a Super Casa. Evento de quatro dias não tem margem de erro, você precisa acertar na mídia, na divulgação, na construção, em tudo que acontece durante a execução e tem que ter público. Já a Decorare permite que a gente vá ajustando conforme acontece
FV: Além de empresário de eventos, você também é jornalista, cerimonialista e comunicador. Como essas habilidades se misturam na hora de organizar uma feira?
TF: Eu faço tudo com muito amor e nunca quis fazer apenas uma coisa. Esse é o bom de transitar por várias áreas. Quem faz evento, não pode entender apenas daquilo, tem que saber mais e poder resolver problemas, ser resolutivo. Tem que saber um pouco de tudo e tem coisas que apenas a experiência e a vivência vão trazer. O jornalismo ajudou muito na tomada de decisão, temos que ser rápidos e assertivos, e isso a comunicação me trouxe bastante. Ser cerimonialista e jornalista, que são áreas que se entrelaçam, me ajudou muito a realizar eventos. E quero continuar assim: fazendo mostras e comunicando. Tudo que fiz até o momento com as feiras foi muito mais em prol da nossa cidade que em prol de mim mesmo. As pessoas olham o tamanho do evento, mas não veem os bastidores e tudo que a gente passa para aquilo sair.
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Revista Flash Vip, contando histórias desde 2003.