Tudo começa em março de 2020, quando uma pandemia toma conta do mundo, assusta a todos e traz uma reviravolta para o cenário da moda. Antes, aquilo que era presencial passou a ser digital e, apesar do medo que a indústria da moda sofreu, a busca pelo online se tornou um grande refresco para a sua retomada.
A pandemia acelerou algumas coisas que estamos introduzindo nas discussões há muito tempo, como: representatividade, padrões pré- -estabelecidos, liberdade de expressão, aceitação, preconceito, sexismo, sustentabilidade social e ambiental e fez com que enxergássemos o futuro um pouco menos utópico. O SPFW N52 (São Paulo Fashion Week) trouxe uma deliciosa temporada de inverno 2022 – sexy, ousada, diversa e alegre – com marcas já conhecidas no cenário nacional e que não medem esforços para mostrar que sociedade e moda andam de mãos dadas, como é o caso da Walério Araujo, Ronaldo Fraga, ÁLG e as novatas como Bold Strap, Bispo dos Anjos e Az Marias.
Gordo ou magro. Velho ou novo. Homem, mulher ou binário. Alto ou baixo. Trans ou cis. Carecas ou cabeludos. Depilados ou peludos. Preto ou branco. Liso ou enrolado. Com ou sem deficiência física. O fato aqui é que o leque de representatividade foi tão grande nesse SPFW que retomou o maior papel da moda na sociedade, refleti-la. As tendências para 2022 trazem tons vibrantes do neon, handmade, muita (muita mesmo) pele à mostra e principalmente muito brilho interior e vontade de ser quem realmente é! Apesar de clichê, a frase “vista-se da sua melhor versão” parece encaixar perfeitamente nesse momento.
Colunista convidado da FV, é Designer, Criador de Conteúdo e Especialista em Moda.
