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11/08/2020 moda

New Masculinity

Um novo rumo da moda masculina.

O que aconteceu com a moda masculina? Homens pintando as unhas? Usando vestidos e saias? Cropped? Bolsa? Se você leu esse questionamento com uma entonação de estranheza ou repulsa, te convido a repensar seus conceitos.


Masculinidade tóxica

Não tem como falar de moda sem falar de sociedade, aqui em questão tratamos de masculinidade, a pior delas, a tóxica. Para vocês terem uma noção, 75% dos homens brasileiros de 25 a 44 anos nunca ouviram falar sobre Masculinidade Tóxica, segundo um Dossiê da Brandlab. Isso seria preocupante? Sim e muito!

A masculinidade é formada por mitos que afetam crianças e adultos e gera consequências alarmantes para a sociedade e para a saúde masculina. Ela está intrinsecamente ligada ao machismo, o qual reforça a ideia de um padrão inalcançável. Assim como para as mulheres ser magra, alta e vestir 36 perdurou até os tempos atuais.

Para os homens o padrão é ser forte, másculo e imbatível em qualquer circunstância. Modelagens retas, rígidas, sem graça e sem cor era o que cabia nesse pensamento recentemente configurado, pelo menos pela moda.


Free your mind

Vocês não imaginam a minha felicidade ao ver homens sendo libertados de seus guarda-roupas, usando aquilo que bem entendem, brincando e se divertindo com a moda. A new masculinity está aí e não tem tempo para retroceder. Semanas de moda masculina de outono/ inverno 2020 trouxeram desfiles que abordavam a ruptura de alguns códigos de masculinidade, como a queridinha Gucci. A grife italiana trouxe à passarela tricôs cropped, malas, bolsas e muita t-shirt com trocadilhos, como “impotent” e “impacient” (impotente e impaciente, em inglês).

“A masculinidade tóxica, de fato, nutre abuso, violência e sexismo. E não só isso. Condena os próprios homens a se conformarem com uma virilidade fálica imposta para serem socialmente aceitos”, dizia o release da coleção Gucci de outono/inverno 2020.

Isso não significa que você vai ter que sair usando cropped, saias e vestidos por aí, mas significa que há uma mudança, uma renovação daquilo que está estagnado há, pelo menos, um século.



Inspire-se

Outras marcas seguiram essa mesma linha de pensamento, como Fendi, Louis Vuitton e Dior Homme. No Brasil, o estilista que sempre trouxe isso à tona foi João Pimenta, que usa modelagens femininas em suas coleções masculinas.

AUTOR

Bruno Gerhardt

Colunista convidado da FV, é Designer, Criador de Conteúdo e Especialista em Moda.
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