Revolução silenciosa

O mercado global de carros elétricos está acelerando. A crescente preocupação com as mudanças climáticas e a redução do consumo de combustíveis fósseis tem levado governos a incentivar a produção de carros elétricos e a instalação de carregadores para permitir viagens mais longas. Na Europa, em 2022, 12% dos carros vendidos foram elétricos, enquanto 22% foram híbridos, que combinam propulsão elétrica com algum tipo de combustível.

No Brasil, a situação é diferente. Apenas 2,6% dos veículos vendidos são elétricos ou híbridos. Isso se deve a diversos fatores, incluindo uma malha de carregamento dispersa, a falta de subsídios governamentais para produção e instalação de carregadores e o alto custo dos veículos.

E os carros elétricos não trazem só benefícios ambientais e econômicos. Eles oferecem uma experiência de direção mais suave e agradável, são mais tecnológicos e possuem recursos avançados, como sistemas de assistência ao motorista, infotainment e conectividade. Além disso, são mais silenciosos, têm alto desempenho, aceleração rápida e forte torque em baixas rotações, tornando a experiência de dirigir um carro elétrico mais confortável, tecnológica e segura.

Os carros elétricos costumavam ser proibitivamente caros no Brasil, mas este cenário parece estar mudando. Para o ano de 2023, diversas marcas já lançaram modelos mais acessíveis, como o JAC E-JS1, o Renault Kwid E-Tech e o Caoa Cherry iCar – todos com versões abaixo de R$ 150 mil. É importante lembrar que apesar de esses carros ainda custarem quase o dobro dos movidos a combustíveis fósseis, os custos operacionais dos carros elétricos são significativamente menores devido ao preço mais baixo da eletricidade e da menor necessidade de manutenção.

Nos últimos anos, também surgiram iniciativas do Governo para incentivar a mobilidade elétrica. Desde 2019, alguns estados oferecem a isenção de IPVA para carros elétricos. Também existe a possibilidade de diminuição no IPI e um projeto de lei que visa isentar os veículos elétricos dos impostos de importação até 2025. Em 2022, foi criada a Frente Parlamentar Mista pela Eletromobilidade, um grupo do Congresso que visa promover debates e iniciativas para estimular a mobilidade elétrica no Brasil.

Apesar dos desafios, a tendência é que a mobilidade elétrica se torne cada vez mais presente no País. O comprometimento de diversos setores da sociedade em relação à redução da emissão de gases poluentes é um fator que contribui para o sucesso dessa revolução silenciosa. Assim, é possível vislumbrar um futuro com veículos mais sustentáveis e eficientes, beneficiando o meio ambiente e os motoristas.