Alternativas de hospedagens e passeios têm conquistado muitas pessoas que buscam contato com a natureza
A pandemia do novo coronavírus fez com que todos nós tivéssemos que viver isolados em nossas casas. O que ninguém imaginava é que depois da pandemia isso se tornaria uma tendência e as pessoas cada vez mais buscariam por experiências de solitude. Só que agora com uma pequena diferença: na natureza.
Segundo dados do Ministério do Turismo divulgados no site oficial, o Turismo de Natureza foi responsável por motivar a viagem de 18,6% dos turistas internacionais, em 2019. No mesmo ano, o IBGE apontou que cerca de 1,5 milhão de turistas brasileiros viajaram dentro do país motivados pela aventura e natureza, o que representa 26% das viagens realizadas a lazer.
Sim, o turismo de isolamento chegou com os pés na porta! A ideia é, como o próprio nome já sugere, ficar recluso, geralmente na natureza, longe de aglomerações. Com a procura por esse tipo de experiência aumentando, muitos lugares começaram a se profissionalizar para atender essa demanda. Alguns acreditam que essa tendência fez surgir uma nova geração de “construtores”, já que muitos empreendedores estão investindo no mercado de hospedagem. A agência virtual de turismo Viajanet apurou 40.500 mil buscas no Google por termos relacionados ao segmento de turismo no período de fevereiro de 2021 a fevereiro de 2022. A pesquisa aponta que o termo “turismo natureza” aumentou 133%, enquanto que “turismo ecológico” cresceu 23% em 2021.
Desde motorhomes aos chalés de luxo, as pessoas cada vez mais buscam em plataformas online, como AirBnb, deixar o ritmo acelerado das cidades para se conectar consigo mesmo em meio a natureza. Para quem ficou curioso, em uma pesquisa rápida no AirBnb nos deparamos com uma variedade de imóveis para aluguel de temporadas que vão desde chalés tradicionais e casas na árvore a containers, casas-terra inspirados no Hobbit e Domos Geodésicos. Tem para todos os gostos e estilos!
No Instagram, a movimentação é grande de perfis que compartilham suas experiências com os mais diversos tipos de hospedagem e turismo. Um exemplo perfeito é o casal Amanda Beatriz Fernandes Ferreira e Matheus Czechowski Ferreira de Erechim, Rio Grande do Sul, produtores e curadores de conteúdo especializados em turismo e arquitetura, que em 2018 criaram o perfil @umacabana.
Como o próprio casal disse em um post no Instagram, “O umacabana surgiu como uma forma de guardar ideias para a construção da nossa cabana. Com o tempo esse projeto cresceu e sentimos que estamos inspirando outras pessoas também. Foi aí que começamos a viajar e produzir conteúdo original mostrando cabanas aqui no sul do Brasil”. A inspiração foi tamanha que hoje eles atingem um público de meio milhão de seguidores na plataforma com suas publicações. Inclusive, eles estão produzindo de forma independente o primeiro livro sobre cabanas A-frame do Brasil. Incrível, né?!
Além de ser uma experiência diferente para os viajantes ou para quem procura escapar da rotina, o turismo de isolamento pode trazer benefícios para a saúde. A revista Nature publicou um estudo em 2019, onde revelou que somente duas horas por semana de contato com a natureza podem promover um significativo aumento na sensação de bem-estar, melhora no humor e alívio dos sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Ou seja, você conhece lugares novos e ainda de quebra melhora a qualidade de vida.
Para Diane Krombauer, Analista de Qualidade que mora em Chapecó e já teve experiências com esse tipo de hospedagem, o contato com a natureza ajuda no momento da escolha de chalés. “Eu gosto muito de hotéis badalados e turísticos, cheios de gente e cultura. Mas nada como um retiro para o meio do nada, onde encontramos tudo, e principalmente nos encontramos. Acredito que seja no silêncio que estejam as respostas, na calmaria, na natureza, no aconchego, no cuidado, no desacelerar e preparar a nossa própria refeição, no respirar o ar puro da varanda”.
Ela conta que ficou hospedada em um chalé em Quilombo, Santa Catarina, e a estadia foi ótima. “Foi uma experiência muito rica de detalhes e emoções, de uma energia incrível, o nascer e o pôr do sol são revigorantes, chegamos com recadinho super especial e um chaveiro lindo de lembrança que anda comigo até hoje”, relembra.
Outra alternativa para quem busca passeios para contribuir com a experiência de hospedagem são as rotas turísticas rurais que valorizam as características próprias da nossa região. Em Chapecó, foi lançada ainda em 2022 a rota de turismo rural do projeto Desbrave Chapecó. A Gerente de Turismo do Município, Cleu Anhaia, conta que a rota surgiu com o objetivo de valorizar a produção colonial, gerar oportunidades de emprego e renda através do Turismo Rural. O projeto teve apoio de diversos setores, assim como a Prefeitura, Epagri, Sebrae e os proprietários que abraçaram a ideia.
A rota fica na região Norte do Município, englobando várias comunidades e setores, como alimentício, cuidados com a saúde, contato com a natureza, lazer e entretenimento e as visitas funcionam por meio de agendamentos. Fazem parte dela o Café Colonial Sabor do Campo, Indústria de Alimentos Malagutti, a empresa de vinhos e espumantes Giardino Viel, o Recanto dos Pinhais, o Spa dos Pinhais, Da Casa Amarela, Camping Sítio Pousada e a Belbrück Cervejaria Artesanal.
Cleu pontua que o Turismo Rural vem crescendo e curtir a natureza é uma tendência que foi ampliada pela pandemia da Covid-19. “Foi uma escolha que acabou fazendo bem para muitas pessoas que, antes sozinhas em seu apartamento, puderam relaxar e usufruir os benefícios do contato com o natural”.
Ela ainda cita que a Administração tem a intenção de criar outras rotas, manter o vínculo, fazer capacitação e qualificação e convida para todos participarem da rota. “A natureza é um excelente lugar para relaxar, normalmente lugares rodeados pela natureza costumam ter também cachoeiras, ambientes bonitos, várias ações para você curtir, seja com a sua família, amigos, companheiro. Conheçam nossa rota e desfrutem das belezas que temos aqui”, conclui.
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Revista Flash Vip, contando histórias desde 2003.