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18/11/2023 saúde

Novembro Azul

No Dia Internacional do Homem, oncologista clínico atenta para os cuidados com a saúde masculina

Este ano, a campanha internacional Novembro Azul – iniciada na Austrália – completou 20 anos de atuação, e os dados ainda apontam para a necessidade de ações de conscientização para os cuidados com a saúde masculina. Um levantamento do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo, publicado no site oficial do Ministério da Saúde no ano passado, mostrou que 70% das pessoas do sexo masculino que procuram um consultório médico tiveram a influência da mulher ou de filhos. O estudo também revelou que mais da metade desses pacientes adiaram a ida ao médico e já chegaram com doenças em estágio avançado. 

Aqui no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) e o Ministério da Saúde focam a campanha, especialmente, na prevenção do câncer de próstata – segundo tipo que mais mata homens no mundo, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. Conforme explica o oncologista clínico André Moreno, responsável técnico do Instituto de Oncologia do Oeste Catarinense (IOOC), o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina em todas as regiões do país, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. No Brasil, estimam-se 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025, reafirmando sua importância epidemiológica.

“Falamos em câncer de próstata no geral, entretanto existem vários tipos de câncer de próstata, alguns mais agressivos, outros menos. Mas, de qualquer forma, muitos homens morrem por essa neoplasia. E é importante também saber que não adianta fazer apenas um exame – só o PSA (antígeno prostático específico) ou só o toque retal –, porque tem câncer que conseguimos detectar precocemente com os níveis de PSA e outros tumores que apenas chegaremos ao diagnóstico precoce com o toque”, afirma o médico.

A idade é o principal fator de risco para o câncer de próstata, sendo mais incidente em homens a partir dos 60 anos, bem como, o histórico familiar. O INCA ainda destaca também a exposição a agentes químicos relacionados ao trabalho, sendo responsável por 1% dos casos da doença. Mas esses não são os únicos fatores de risco para o desenvolvimento deste câncer. “Falamos em diagnóstico precoce, mas na verdade não queremos que o homem desenvolva essa doença. Então, é importante conscientizar para que ele fique longe dos fatores de risco para desenvolver esse e outros cânceres também, como a obesidade, o sedentarismo e a má alimentação. O tom de pele também favorece o desenvolvimento da doença – pessoas negras têm maior propensão ao câncer de próstata e de ele ser mais agressivo. É imprescindível que os homens conversem com seus médicos sobre os riscos de câncer de próstata, principalmente se existem os demais fatores envolvidos”, orienta Dr. André.

A Sociedade Brasileira de Oncologia e a Sociedade Brasileira de Urologia preconizam o início dos exames para detecção do câncer de próstata a partir dos 50 anos. No entanto, Dr. André aconselha que, quando existirem essas características que denotam agressividade ou o desenvolvimento da doença em idades mais jovens, recomenda-se iniciar esse rastreio mais cedo, a partir de 45 anos. “Sabemos que há um estigma social envolvendo a saúde do homem, mas é importante que ele esteja atento aos sinais. Este mês não é somente para alertar sobre a neoplasia da próstata, mas todas as outras doenças que também acometem o homem que, muitas vezes, leva ao óbito mais que o próprio câncer, como o caso de doenças cardiovasculares. Portanto, homens, estejam em dia com seus exames de rotina e não negligenciem a sua saúde”, finaliza o oncologista.

AUTORA

Carol Bonamigo

Jornalista, especialista em Cinema e Realização Audiovisual, Diretora de Jornalismo e sócia da revista Flash Vip
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