Banda goiana de rock cômico formada em 2005, se apresenta em Chapecó na próxima quinta-feira (27)
Composta por Fabiano Cambota no vocal, Xico Mendes na guitarra, Kuky Sanchez no baixo e Pedro Torres na bateria, a banda Pedra Letícia começou como todo grupo de bons amigos que querem se divertir: nos botecos da sua cidade natal – Goiânia/GO. Eles viralizaram em 2007, quando um vídeo da música Como Que Ocê Pôde Abandoná Eu? atingiu a marca de mais de 5 milhões de acessos no YouTube, fazendo com que recebessem propostas de várias gravadoras e lotando a agenda de apresentações.
Pouco tempo depois, o grupo foi convidado para vários programas de emissoras como RecordTV, Multishow, MTV, Globo, e além de programas de rádio e diversas revistas e jornais no País inteiro. Em 2009, a banda venceu o concurso “Garagem do Faustão”, do programa Domingão do Faustão, um ano após o lançamento de seu primeiro CD.
Com toda a repercussão e também o sucesso do vocalista Fabiano Cambota como comediante de stand up e host do programa A Culpa é do Cabral, no Comedy Central, em 2016 a banda foi contratada como a house band do Talk Show Programa do Porchat, na RecordTV, ficando até o fim do programa, em 2018.
Hoje, a banda conta com quatro álbuns gravados em estúdio, Pedra Letícia, Eu Sou Pedreiro, Música Divertida Brasileira e Velhos Goianos – Começou Risare, e três ao vivo, Ao Vivo e sem Retoques, Rockomédia Acústica: Ao Vivo em Goiânia e Pedra Letícia no Estúdio Showlivre.
Eles estão com turnê no Oeste catarinense, através do Circuito Desfrontera Comedy, e se apresentam em Chapecó, nesta quinta-feira, às 20h30, no Centro de Cultura e Evento Plínio Arlindo de Nes. A Flash Vip fez uma entrevista exclusiva e conversou com o baterista Pedro Torres sobre a trajetória da banda, como aliar o humor à música e os projetos futuros. Confira o bate-papo abaixo.
Flash Vip: Primeiramente, é um prazer conversar com vocês. Fui apresentada para a banda através do show de stand up do Fabiano Cambota, O Circo de um Homem Só, há muitos anos, e logo fui cativada. E falando dessas duas coisas, música e humor, que vocês unem tão bem, como vocês vêem essa forma de não apenas brincar, mas criticar a seriedade da “pose de roqueiro" com as suas composições e abraçando de verdade o lado brega de cada um – sim, isso é uma menção a todas as referências ao Sidney Magal –, que muitas vezes fica renegado ao nosso guilty pleasure?
Pedro Torres: Saudações pessoas, é um prazerzásso conversar com vocês! Essa questão da “pose de roqueiro" vem muito da personalidade de nós quatro e da nossa referência musical, que é muito plural. Nem teria como termos essa pose, se nós somos uma banda que gosta de Beatles e Milionário e José Rico na mesma proporção. Então isso faz com que o nosso show não tenha essa pegada, apesar de sermos uma banda de rock. A gente quer se divertir e divertir o público, obviamente prezando por uma entrega de show que seja uma experiência incrível para quem esteja lá nos prestigiando, com uma qualidade musical de alto nível, mas também que seja leve, que condiga com a nossa personalidade. Apesar de sermos muito diferentes, somos parecidos nesse quesito de não ter “pose de artista”. Estamos lá, primeiramente, para divertir o público e, segundamente, nos divertir enquanto banda, fazendo um show para vocês.
E o Sidney Magal, com certeza, é uma grande inspiração para a banda, um grande ídolo, e tivemos o privilégio de tocar com ele uma vez, no Programa do Porchat, tocando uma versão de Despacito, e ele foi de uma generosidade e um carinho incrível conosco.
FV: Muito tem se falado, nos últimos anos, sobre os limites da comédia, do politicamente correto. Ao mesmo tempo que o mundo está voltando a pensamentos e atitudes mais moralistas e conservadoras, parece que as pessoas também estão perdendo um pouco a noção do que é crítica e o que é ataque, principalmente na internet. Vocês diriam que isso dificulta o processo de trazer humor à música? Ou vocês têm encontrado ainda mais inspiração para compor?
PT: A nossa obra tem algumas músicas que naturalmente envelheceram mal, e temos consciência disso. Tanto que são canções que, atualmente, nem fazem parte do repertório do show. E vemos esses novos moldes como uma forma de nos reinventarmos e poder falar de humor sem ser ofensivo a ninguém. Naturalmente nós também envelhecemos e tanto o nosso humor mudou, como também as concepções de vida. Quando pegamos o último álbum, tem música que não são necessariamente de humor, mas são divertidas, que têm temas que não são nada de humor, mas nos orgulhamos muito de termos feito, então por conta dessa nossa pluralidade que comentei, temos uma gama de opções enorme para continuar fazendo música sem precisar cair no lugar comum do humor que atinge outras pessoas. E no fundo isso é até legal, pra gente é um desafio massa.
FV: O último álbum de estúdio de vocês foi lançado em 2019. Vocês estão com algum novo projeto em andamento?
PT: Exatamente, em 2019 lançamos Velhos Goianos – Começou Risare, como uma homenagem divertida aos Novos Baianos – Acabou Chorare, que é um grande álbum da música brasileira. Batizamos o nosso álbum fazendo essa brincadeira, essa alusão aos caras, e foi muito legal de produzir, ficamos muito contentes com o resultado. Tem músicas que temos muito orgulho de termos feito, com temas mais sérios, como Crença – que gostamos muito de tocar –, e História Com Fins, que é a música mais besta que escrevemos na nossa carreira! E estamos sempre no radar, trocando mensagens de ideias de músicas novas. Existe sim a possiblidade de lançarmos algo novo muito em breve. Estamos sempre trabalhando em composições, trocando mensagens, um manda uma ideia e o outro completa. Gostamos de fornecer muito argumento de música pro Fabiano ter esse estopim e ter uma ideia para compormos juntos. Então é um processo muito prazeroso de composição e muito em breve teremos novidades nas plataformas de streaming do Pedra.
FV: E o que o pessoal aqui do Oeste catarinense pode esperar do show de vocês, nesta semana?
PT: A gente tá animadíssimo pra chegar aí no Oeste de Santa Catarina! Faz muito tempo que não vamos praí, então o pessoal de São Lourenço d’Oeste, Joaçaba e Chapecó, eu garanto que vão ser as duas horas mais divertidas da vida de vocês! Pode me cobrar se não for, porque a gente gosta muito de fazer show e estamos muito empolgados com essa turnê e esperamos que vocês se divirtam tanto quanto a gente se diverte no palco. Esperamos vocês nos próximos dias 25, 26 e 27.
Muito obrigada e toca Pedra Letícia! Valeu!
Carol Bonamigo
Jornalista, especialista em Cinema e Realização Audiovisual, Diretora de Jornalismo e sócia da revista Flash Vip