Reflexão e fortalecimento das vozes femininas em busca de justiça e igualdade.
Estabelecida em 8 de março de cada ano, o Dia Internacional da Mulher transcende o mero ato de homenagear as mulheres, representando um momento de profunda reflexão sobre as batalhas e vitórias alcançadas pelo sexo feminino ao longo dos séculos.
O surgimento da data remonta ao início do século XX, marcado por efervescentes movimentos femininos em prol de direitos iguais, melhores condições de trabalho e sufrágio feminino. Em 1908, em Nova York, um grupo de mulheres operárias da indústria têxtil promoveu uma greve demandando salários mais justos, ambientes mais seguros e o direito ao voto. Este episódio catalisou o movimento pela igualdade de gênero ao redor do mundo.
Em 1911, um incêndio em uma fábrica em Nova York vitimou 146 pessoas, sendo 125 mulheres e 21 homens. Essa tragédia é considerada um dos marcos para o estabelecimento do Dia Internacional da Mulher.
As causas desse incêndio foram atribuídas às péssimas instalações elétricas, à composição inadequada do solo e das estruturas da fábrica, além da grande quantidade de tecido presente no recinto, que serviu como combustível para o fogo. Era comum na época que alguns proprietários de fábricas trancassem seus funcionários durante o expediente como forma de conter motins e greves. No momento do incêndio, as portas estavam trancadas, o que culminou para a tragédia.
Desde então, o Dia Internacional da Mulher se tornou um momento de relembrarmos as dores que levaram às conquistas femininas em todas as esferas da sociedade, pagas com sangue, suor e lágrimas, bem como de renovação do compromisso com a luta pela igualdade de gênero. A data é uma oportunidade para reconhecer e valorizar as contribuições das mulheres para a humanidade, enquanto também se destaca os desafios remanescentes em direção à equidade e à justiça.
"Fala-se muito em empoderamento feminino, mas nós deveríamos empoderar as meninas de 10 anos, para que elas se amem mais, se sintam fortes e confiantes, para que elas tenham uma adolescência e uma fase adulta mais certas do que querem. Nós nos preocupamos numa fase em que a mulher já sofreu demais. Seria importante tentar evitar ou minimizar esse sofrimento, porque ele não será apagado jamais. Que tal, a partir de agora, ao invés de cantarmos 'com quem será que a menina vai casar' nas festinhas de aniversário, começarmos a perguntar 'quem você será quando crescer?'"
Fonte anônima
"A mulher tem o direito de usar o que bem entender, estar onde quiser, enviar fotos íntimas e viver a sua vida de forma feliz. Punir as pessoas certas é que resolve, não culpar a vítima"
Silvana Winckler, professora do Programa de Pós-Graduação em Direito da Unochapecó
“Ao acolher mulheres violentadas, elas se sentem pertencentes a um grupo de pessoas que já passou pelo que passaram e percebem que não estão sozinhas”
Monique Detoni, psicóloga, criadora do projeto En Ona
“Cada mulher tem suas particularidades e é necessário respeitar a individualidade de cada uma. Noto o crescimento de quem vê na menstruação uma filosofia de vida e uma forma de renovação. ’Viver a menstruação' é um ato de autoconhecimento”
Simone Batisti Giroldi, ginecologista e obstetra
“Às vezes, a mulher, no seu inconsciente, acha que tem que dar conta de tudo sozinha. Que ela precisa cuidar, dar banho, alimentar, vestir. Quando essa mãe sofre, ela precisa ter uma rede de apoio, para não ser só julgada, mas amparada, para que ela esteja bem para cuidar e proteger seu filho"
Karine Schwaab Brustolin, terapeuta familiar sistêmica
“Tem um aspecto cultural e pedagógico. Precisamos urgentemente discutir sobre o machismo que estrutura nossa sociedade e causa tantos feminicídios. Precisamos quebrar os ciclos de violência, oferecendo instrumentos e serviços para que as mulheres tenham formas de empoderamento econômico, rede de apoio e acompanhamento multidisciplinar”
Liége Santin, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Chapecó (CMDM)
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Revista Flash Vip, contando histórias desde 2003.