Data lembrada mundialmente neste domingo (10) alerta sobre prevenção de doenças da visão
Você está lendo um livro e a vista começa a ficar cansada, as letras se “embaralham” e precisa piscar ou descansar a visão para voltar a ler novamente? Ou então, a leitura de uma placa distante, que antes era tranquilo de enxergar, aos poucos começa a ficar mais complicada? O ‘G’ parece ‘O’, o ‘8’ se assemelha ao ‘0’ e aí percebe que está na hora de consultar o oftalmologista.
É comum, na maioria das vezes, visitarmos o especialista pela primeira vez apenas em situações de desconforto na visão, a exemplo das citadas anteriormente. Entretanto, como explica o médico oftalmologista, especialista em retina, Dr. Vinicius Villas Bôas, logo nos primeiros dias de vida após o nascimento di bebê, o pediatra realiza o teste do olhinho. “Se houver alteração no exame, é encaminhado ao oftalmologista. Nos bebês prematuros, há indicação de fundoscopia (avaliação de fundo de olho) ainda nos primeiros meses de vida para avaliação de possível retinopatia da prematuridade”.
Quando um bebê nasce prematuro, a retina pode se desenvolver de maneira anormal, o que chamamos de Retinopatia da Prematuridade. Como expõe o oftalmologista, trata-se de um problema no desenvolvimento da retina que pode acarretar complicações oculares e até cegueira. “Felizmente, a maioria dos casos tem curso benigno, mas alguns necessitam tratamento com laser. É fundamental o exame periódico do fundo de olho nos bebês prematuros, especialmente naqueles que precisaram internação prolongada e suplementação com oxigênio”, afirma.
O diabetes mellitus pode acarretar lesões nos olhos, principalmente na retina, o que chamamos de Retinopatia Diabética. Dr. Vinicius explica que os diabéticos precisam ter acompanhamento regular com o retinólogo – oftalmologista especialista em retina, para detectar e tratar lesões precoces. “Vale lembrar que nos estágios iniciais muitos pacientes não apresentam qualquer sintoma, daí a importância do acompanhamento regular. O grau da retinopatia e os achados nos exames orientam o tratamento, que pode ser o controle da glicemia associado a fotocoagulação a laser, injeção intra-vítrea ou cirurgia de vitrectomia”, ressalta.
Uma das grandes causas de baixa visão em pacientes idosos é a Degeneração Macular Relacionada à Idade. A doença acomete a mácula, região da retina responsável pela visão central. “Infelizmente não tem cura, mas tem tratamento que varia desde a suplementação alimentar e medidas de proteção aos raios UV até a necessidade de injeção de fármaco intra-vítreo. Pacientes com DMRI necessitam acompanhamento regular com o oftalmologista”, ressalta o Dr..
Como pode-se perceber, os problemas da visão vão além dos conhecidos miopia, catarata, glaucoma e astigmatismo. Cada parte do olho tem suas peculiaridades e complexidades. Por isso, quando identificado o problema na visão, é importante buscar um especialista na determinada afecção, para o tratamento adequado e seguro.
Mirella Schuch
Futura jornalista. Curiosa e amante da escrita.