Você sabe qual profissional consultar no caso de um diagnóstico?
A palavra câncer carrega um significado forte. Receber um diagnóstico de algum tumor, seja ele de que tipo for, não é nada fácil. Na maioria das vezes, o medo toma conta e até faz com que a pessoa deixe de buscar tratamento. Felizmente, com o avanço das pesquisas e novas tecnologias, é possível curar o câncer e é importante que o diagnóstico seja feito o mais precoce possível, para o sucesso do tratamento.
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer, são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.
Dentre os mais de 100 tipos de cânceres existentes, estão o de cabeça e pescoço, que como cita o cirurgião oncológico de cabeça e pescoço, Dr. Marco Antonio Tesseroli, abrange tumores de tireoide, glândulas salivares, pele, boca, orofaringe (garganta), laringe (cordas vocais), cavidade nasal e seios paranasais; tumores congênitos benignos (cisto branquial e cisto tireoglosso); e tumores vasculares, como “hemangiomas” volumosos.
Os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que a cada ano espera-se cerca de 1,5 milhão de novos casos de câncer de cabeça e pescoço. Segundo o médico, dificilmente este tipo de tumor apresenta sinais em sua fase inicial e, na maioria das vezes, quando os sintomas desconfortáveis surgem, é provável que a doença já esteja em um estágio mais avançado.
O câncer pode surgir na língua, na gengiva, no céu da boca – palato – na parte interna das bochechas e nos lábios. E são os homens os mais frequentemente acometidos por esse tipo de tumor. “Se diagnosticado tardiamente, o câncer de cavidade oral pode trazer sequelas que impactam na qualidade de vida, visto a importância da alimentação, fala, estética e carinho (beijos)”, explica o Dr. Marco Tesseroli, e acrescenta que este tipo de câncer é causado principalmente pelo hábito de fumar e pelo alcoolismo.
Ele também cita outros fatores de risco: a má higiene oral, próteses dentárias mal adaptadas, dentes fraturados ou tortos que machucam cronicamente a mucosa oral. Feridas na boca que não cicatrizam, dentes que afrouxam sem motivo aparente, dor ou dificuldade para engolir, mudança no modo de falar e até mesmo o surgimento de nódulos no pescoço são sinais da doença.
Conhecer a própria boca é fundamental para se reconhecer pequenas alterações que podem indicar um tumor. O autoexame é um ótimo aliado na prevenção e o cirurgião-oncologista dá dicas de como fazê-lo em casa: “Vamos lá: língua para fora, para a direita, para a esquerda! Agora, pontinha da língua no céu da boca, olhe a parte debaixo dela. Observe suas gengivas e a parte interna das bochechas. Olhou o 'céu da boca'? E a 'campainha', conhecida como úvula? É importante repetir esse processo a cada seis meses e, caso perceba alguma alteração, procurar um cirurgião-oncológico com foco em cabeça e pescoço. E para se prevenir desse tipo de tumor, é importante evitar o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e manter a higiene oral”, expõe.
É de conhecimento geral que o hábito de realizar atividades físicas é essencial para a qualidade de vida e maior longevidade. Como afirma o profissional, um organismo debilitado por disfunções ou patologias crônicas estará menos fortalecido no combate ao câncer. “A incidência de morte por câncer é maior nas pessoas sedentárias. Neste sentido, uma rotina de atividades físicas é fundamental. A Organização Mundial de Saúde considera que uma pessoa adulta fisicamente ativa deve praticar entre 150 e 300 minutos de atividades físicas moderadas por semana – o que dá, em média, 42 minutos diários – ou 75 a 150 minutos semanais de exercícios vigorosos”, completa o Dr. Marco.
Mirella Schuch
Futura jornalista. Curiosa e amante da escrita.