Filme lançado nesta semana gera “onda pink”
Antes mesmo da sua estreia, realizada nesta quinta-feira (20) no Brasil, o filme Barbie tem gerado fortes discussões e a cor rosa passou a estar mais presente em diferentes áreas, mas principalmente no vestuário. Neste contexto, você faz parte do grupo que está curioso para assistir a esta produção? Ou para saber qual a Barbie se identifica mais? Melhor, você é uma das pessoas que passou a aderir ao barbiecore e utilizar o rosa no seu guarda-roupa?
Dirigido por Greta Gerwig e produzido por Margot Robbie (que também protagoniza o filme), Barbie apresenta uma linguagem metalinguística e musical, e uma perspectiva considerada autoconsciente. Isto porque, estabelece linhas de reflexão relacionadas ao existencialismo, morte, dinâmica entre homens e mulheres, cooperativismo, campo emocional e a sensibilidade que habita o despertar dessas Barbies. Este despertar, está intimamente ligado a saída do mundo da fantasia para o mundo real, tendo como base de sustentação “tudo o que você quer ser”, como diz o famoso slogan da Mattel, empresa que produz a boneca.
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Diretamente do universo da Barbielândia, a produção já apresenta possíveis indicações em prêmios e elogios à atuação de Margot Robbie.m e Ryan Gosling. Especialmente a partir da pré-estreia, realizada em 10 de julho pela Warner Bros, em Los Angeles, e as primeiras impressões dos críticos já circulam na Internet. Os comentários são de que o longa-metragem é surpreendente e vai entrar na temporada de premiações do ano que vem, incluindo o Oscar. Jamie Jirak, do site ComicBook, defendeu que Ryan Gosling merece uma indicação ao Oscar pelo papel do boneco Ken. Margot Robbie e a diretora Greta Gerwig também estão recebendo muitos elogios dos críticos. Barbie também ambicionará a categoria de trilha sonora e canção original. Vencedor do Oscar por Nasce Uma Estrela, Mark Ronson assina a trilha do filme, que traz uma canção inédita de Billie Eilish, vencedora do Oscar pela música-tema de 007: Sem Tempo Para Morrer (2021).
O tema do filme, que já alcança 255 mil publicações na plataforma Twitter, é abordado de modo genuíno, divertido, com humor ácido e inocente. A história apresenta através de um design de produção encantador, além dos dois protagonistas principais, Barbie e Ken, 12 versões da famosa boneca criada por Ruth Handler, uma das fundadoras da Mattel. Estão representadas também a Barbie presidente, a Barbie grávida, a Barbie médica, a Barbie sereia, a Barbie diplomata, a Barbie juíza, a Barbie prêmio Nobel, etc. São atrizes e cantoras negras, pardas e brancas, magras e gordas, indicando que há diversidade de existências ali.
No entanto, mesmo que haja representações estéticas e pessoais diferentes, o passado não nega a grande propagação do padrão da magreza relacionado à boneca, que nasceu no final da década de 1950. Ao mesmo tempo que estamos diante de uma mudança de abordagem, o passado não se apaga facilmente. Há registros que continuam reverberando na vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Junto desta resposta, única e individual de cada pessoa, deve-se considerar a estrutura social capitalista vigente. Observa-se com atenção a informação de que a Mattel ligou o alerta vermelho no ano passado, após registrar uma queda de 93% no lucro líquido da empresa no quarto trimestre. Segundo dados publicados pela própria empresa, em vez dos 225,8 milhões de dólares do ano anterior, foram 16,1 milhões. No total, houve uma queda de 56% no lucro líquido de 2022, e a baixa na venda da Barbie, carro-chefe da companhia, tem relação com isso: também no quarto trimestre do ano passado, a procura pela boneca caiu 33% em relação ao ano anterior. Ou seja, por trás da mensagem consciente que a produção busca entregar aos telespectadores, há também, o impacto econômico existente.
E, não somente a Mattel sairá com lucros maiores em suas contas bancárias. Além de roupas, acessórios e artigos de decoração, a cor do símbolo da boneca chegou também a comidas, lanchonetes, prédios e até mesmo a assistentes virtuais de varejo e contas oficiais de órgãos públicos. A onda está sendo chamada principalmente no ambiente virtual de “onda pink”, “barbiecore” e o “rosacore”.
A Lu, personagem virtual do Magazine Luiza, por exemplo, além de usar rosa em seu avatar nas redes sociais, esteve na pré-estreia do filme em uma rede de cinemas. A Americanas também em seu perfil adotou a cor rosa e destacou: “Ativando meu lado Barbie”. Na capital paulista, até mesmo o metrô recebeu decoração interna dedicada à Barbie. A Boca Rosa Company também está entre as lojas que aderiram a esta onda.
A jovem, jornalista e chapecoense Milena Fidelis foi na estreia em São Paulo ontem (20), e afirma estar digerindo todo conteúdo do filme assistido. Para ela, a produção atendeu e superou suas expectativas. “Esteticamente, eu achei ele perfeito, desde direção de arte até design de produção, figurino, maquiagem, cabelo, é tudo pensado nos mínimos detalhes. Impressionante!”, afirmou.
Milena destaca o quanto o filme é referencial que se relaciona com a cultura pop, tendo em vista o passado da Barbie. E complementa: “Acho que ele vai ser um filme que vai dividir muitas opiniões. Eu tenho na minha cabeça que algumas pessoas vão detestar, porque para mim ele tem uma mensagem muito clara. Ele é um filme feminista e ele não esconde. Ele usa palavras que as pessoas não gostam de usar. Ele fala das coisas que as pessoas não gostam de falar. Ele pega problemas que todo mundo sabe que existem. E ele coloca esses problemas em cima da mesa e detalha. Eu acho que isso vai ser desconfortável para algumas pessoas, o que eu acho que é também é ótimo. Porque se você se sentir desconfortável com a mensagem da Barbie, você precisa aprender alguma coisa, né?”.
Além disso, Milena reflete sobre como o filme se tornou um grande evento. Para ela, o filme da Barbie alcançou esta dimensão porque o público é maior do que o público de super-heróis, de filmes da Marvel, por exemplo. “A Barbie, eu posso ter uma boneca específica da Barbie. Você pode ter tido outra boneca. A sua vizinha pode ter tido outra boneca e, independente do gênero, todo mundo teve algum contato com a Barbie, seja pelos filmes, pelos jogos, pela, pelas bonecas.”
Neste cenário, é válido considerar o quanto um filme da boneca mais conhecida entre nós, impacta tanto nossa realidade coletiva. Afinal, agora a onda rosa atinge milhões de pessoas no mundo. É a realidade adentrando a fantasia, ironicamente o caminho inverso feito pela boneca no live action. E você, já está com seu look rosa pronto para assistir ao filme?
FVcomunica!