Seis mil pessoas se reuniram na 5ª Parada de Luta LGBTQIA+ em Chapecó
Depois de dois anos, Chapecó voltou a preencher-se de todas as cores e formas com a realização da 5ª Parada de Luta LGBTQIA+ do Oeste Catarinense, na tarde do último domingo (26). O evento superou as expectativas e alcançou o maior público de todas as edições: cerca de seis mil pessoas desceram a Avenida Getúlio Vargas, a principal via do município, seguindo um trio elétrico em tom de festa e de luta por igualdade de direitos.
Realizada desde 2016 pela União Nacional LGBT (UNA LGBT) de Chapecó, a Parada de Luta deixou de ser realizada nos dois últimos anos devido a pandemia de Covid-19. O tema desta edição, “Que amanhã não seja só um ontem”, é inspirado na música AmarElo, do Emicida feat. Majur e Pabllo Vittar, que fala sobre esperança e resistência. “Essa é a mensagem que queríamos trazer para a Parada. Estamos nos reconectando com a democracia. Chapecó é uma cidade muito conservadora, que tem potencial crescimento populacional, inclusive da comunidade LGBT. Estar nas ruas é falar sobre existência e, portanto, da cobrança de políticas públicas”, reforça a presidenta da UNA LGBT Chapecó, Carol Listone.
Estiveram presentes caravanas organizadas de Erechim/RS, Caçador, Herval do Oeste, Joaçaba, Concórdia, Maravilha, Pinhalzinho, Xaxim, Xanxerê e São Lourenço do Oeste. A concentração iniciou às 15h, na Praça Coronel Bertaso, com falas de abertura e declaração do Manifesto da Parada 2022.
Na oportunidade, Marli Campos representou a ONG Mães pela Diversidade, criada há 15 anos, com o intuito de acolher e trocar experiências com pais, mães, filhos e filhas da comunidade LGBTQIA+. “Participar da Parada com meu filho Cadu é mais uma forma de mostrar meu amor, colo e atenção por ele, para sentir o quanto é amado e valorizado. É nosso dever, enquanto pais e mães, estar presentes na vida dos nossos filhos, respeitá-los e dar suporte, para que entendam que fora de casa eles merecem ser respeitados”, expressou.
Ao todo, 14 intervenções artísticas foram realizadas. Quem abriu as apresentações foi Flavia Pacchely, que veio de Herval do Oeste. Mulher trans, há quatro anos conseguiu o direito de usar o nome social e há mais de 22 anos performa como drag queen. Ela conta como foi a experiência de participar do momento. “Nós estávamos em um casulo, nos cuidando. Foi uma alegria ter participado da Parada em Chapecó e importante para mostrar a nossa arte. Tivemos a oportunidade de conscientizar as pessoas do que é uma pessoa trans, do que é ser drag queen e de dar visibilidade para a comunidade LGBTQIA+”.
Os artistas Emilio Juane, Luna Fact, Matheus Lanzarini, Veronika, Angelique Wons, Karyni da Vila e Laura Tereza também se apresentaram na praça. Após a marcha, Dionathan Luiz Bueno, Nayara Sneyper, Cristielly Wynn, LettynG, Kauan Ribeiro e Safyra Park fizeram suas demonstrações de arte.
A 6ª Parada de Luta LGBTQIA+ do Oeste Catarinense já tem data marcada: 25 de junho de 2023. Enquanto aguarda-se o momento, confira mais alguns clicks.
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