Entenda o estudo da Nasa que viralizou
Nos últimos dias, ganhou destaque entre os sites de notícias e jornais brasileiros um estudo da NASA sobre mudanças climáticas. Publicado em 2020, o estudo aponta que, até 2070, algumas regiões do planeta poderão se tornar inabitáveis devido ao aumento das temperaturas.
Isso significa que, em 50 anos, áreas que conhecemos atualmente podem se tornar inóspitas para a vida humana. As regiões mais vulneráveis identificadas pelo estudo incluem o Sul da Ásia, o Golfo Pérsico e o Mar Vermelho, que poderão enfrentar condições extremas de calor por volta de 2050. Já o Leste da China, partes do Sudeste Asiático e do Brasil podem experimentar situações similares até 2070.
É importante notar, porém, que o estudo não especifica áreas exatas no Brasil nem afirma que regiões específicas desaparecerão ou se tornarão completamente inabitáveis. O que se observa é que o Brasil figura no mapa global de eventos de calor úmido extremos.
Isso é perigoso porque, a partir de uma certa temperatura do ar, o corpo precisa regular a própria temperatura pela transpiração. Para que isso aconteça, o suor precisa evaporar, mas em um ambiente muito úmido e quente é difícil que isso aconteça. O limite para a sobrevivência seria de 35°C nesta medição.
Sabemos que 2023 foi o ano mais quente desde o período pré-industrial, nos anos 1950. No ano passado, a temperatura média da atmosfera terrestre chegou a 14,98 °C, ou seja, 0,17 °C acima do recorde anterior, de 2016, e 0,60 °C acima da média do período de 1991 a 2020. O ano passado foi 1,48 °C mais quente do que a média do período de 1850-1900.
O Brasil não é exceção nesse quadro de extremos climáticos. O ano passado foi também o mais quente desde 1961, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) iniciou esse tipo de registro no país. A média das temperaturas de 2023 foi de 24,92 °C, 0,03 °C acima do recorde anterior, de 2015, e 0,69 °C superior à média do período de 1991 a 2020.
O estudo é, portanto, um alerta que caso não sejam tomadas medidas imediatas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e limitar o aquecimento global, algumas das regiões mencionadas pelos pesquisadores poderão enfrentar temperaturas tão elevadas que a sobrevivência humana se tornará extremamente difícil.
Gabrieli Zambiasi
Letróloga, redatora e social media