Sentir-se privado de dormir uma única vez já afeta seu dia, o que dirá várias. O sono está diretamente ligado à saúde de todo o seu organismo, e é comum que ele seja negligenciado, muitas vezes ao extremo
Como você caracterizaria o seu sono? Dorme bem e acorda descansado ou mal prega os olhos à noite e passa o dia se arrastando? Se você não consegue lembrar quando foi a última vez que teve uma noite bem dormida, comece a prestar mais atenção.
Deitar na cama esperando, sem sucesso, o sono vir é tão recorrente na vida de Ani Rissi que já se tornou o seu padrão. A empresária de 54 anos relata que há décadas lida com dificuldades para dormir, algo que nunca enfrentou como uma patologia, afinal, ela tem outros problemas “mais sérios” para se preocupar. Pelo menos era isso que pensava até cerca de um ano atrás. Lidando há mais de 20 anos com uma doença renal autoimune, Ani viu uma evolução acelerada no seu quadro clínico, após contrair Covid-19, em janeiro de 2021. “Acompanhava regularmente, tudo parecia estar dentro da normalidade, mas quando chegou o final daquele ano, comecei com inchaço nas pernas e a engordar. Viajei para a praia e não conseguia sair de casa, porque sentia muitas dores e dificuldade para caminhar. Na volta, procurei o nefrologista. Vários exames depois, meus rins estavam parando e tive que começar a hemodiálise”, relata.
Com o cateter implantado e a realização de hemodiálises três vezes por semana, a constância da insônia foi aceita como parte do estresse atribuído por essa mudança radical em sua vida. “Me abalou porque, além de estar doente, mexeu com toda a minha rotina. Antes, vinha cedo para a empresa e saía tarde, agora tenho que me ausentar três vezes por semana para a hemodiálise, que dura cerca de três horas cada. Ainda não posso sair de Chapecó, pois tenho que estar na máquina dia sim, dia não. Então, como já tinha problemas de insônia há alguns anos, demorei demais para procurar um especialista também nesta área, porque a gente sempre acha ‘amanhã eu vou dormir’”, conta Ani.
Essa delonga em buscar também auxílio para o sono perdurou até os tremores nos membros inferiores iniciarem. A sensação de “perder as pernas”, como relata, a fazia ficar se mexendo involuntariamente, o que, consequentemente, a impedia ainda mais de dormir. E assim, somou mais um diagnóstico: Síndrome das Pernas Inquietas (SPI). Essa doença sensório-motora tem origem neurológica, na qual o paciente sente um inexplicável desconforto e uma incontrolável necessidade de movimentar as pernas, manifestando-se, principalmente, quando a pessoa está parada por um longo período, geralmente descansando. “Não tem como controlar, parecem espasmos e é uma sensação horrível. Fico no meu quarto, no escuro, tentando não me mexer para não incomodar meu marido, cuidando o lado que deito, por causa do cateter, e tentando dormir. Aí olho para o relógio e as horas passam e estou ali ainda, acordada. Já cheguei a colocar bolsas de gelo nos pés para ver se com eles amortecidos conseguiria não mexer, mesmo assim não adiantou”.
Essas lembranças desencadeiam gatilhos emocionais muito fortes em Ani, que em dezembro de 2022 iniciou também um tratamento psiquiátrico para SPI. Inicialmente, medicamentos para ansiedade e indução do sono estão sendo administrados para que ela consiga pegar no sono, cuidando bem as dosagens para não sobrecarregar os rins. “Preciso dormir. Faz apenas dois meses que estou em tratamento para o sono e estamos buscando o motivo – além da doença renal e o estresse – que não me deixa adormecer”.
Ani faz parte dos 40% da população mundial que tem problemas para dormir, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dentre os distúrbios do sono – são mais de 100 tipos divididos em sete categorias – os mais prevalentes são Insônia, Ronco, Apneia Obstrutiva do Sono e Síndrome das Pernas Inquietas. “Achava que era passageiro, um acúmulo de preocupações, e fui deixando. Até que veio essa Síndrome e agravou ainda mais o meu estado. Então aconselho que as pessoas olhem para si e percebam os sintomas diferentes do seu corpo. Se você perdeu uma noite de sono, verifique se a seguinte você dorme. Passou uma semana nessa situação, procure um especialista, não espere desenvolver uma doença. Seu corpo precisa das suas horas de sono para funcionar melhor. Com todo o acompanhamento que tenho hoje, tenho certeza que se estivesse dormindo bem, todo o meu quadro clínico seria muito melhor. Essa falta do sono agravou bastante a minha condição”, lamenta a empresária.
Com a cultura do trabalho incansável da nossa sociedade atual, que vem desde a Revolução Industrial, uma das principais questões negligenciadas pelo ser humano foi o sono. Somos cada vez mais cobrados por rendimento e produtividade, exaltando a exaustão, tendenciando a suprimir o descanso, deteriorando o nosso corpo, com cada vez mais estímulos noturnos. Neste contexto, dormir se tornou banal. Mas e se passamos cerca de 30% da nossa vida dormindo, o que nos faz pensar que o sono não afeta o funcionamento do nosso organismo? “Toda noite de sono é importante. Temos metabolismos e atividades que acontecem no corpo todo enquanto dormimos, que servem para regular a nossa parte imunológica, neurológica e hormonal. Então, pensar em descansar depois, o cansaço e a fadiga você até pode restaurar em parte, mas todos esses mecanismos necessários produzidos todas as noites, isso você perdeu para sempre. Então nunca repomos uma noite de sono perdida, apenas amenizamos o efeito desse impacto”, explica o otorrinolaringologista e Médico do Sono, Rodrigo Kohler.
Conforme o especialista e mestre em Ciências da Saúde, esses prejuízos cognitivos demoram mais a serem percebidos. Diferente do ronco ou da apneia, que além de serem mais divulgados, são também mais visíveis – ou audíveis – a privação crônica do sono chega ao ponto de agravar ou acarretar problemas neurológicos, cardíacos, comportamentais e psicológicos, prejuízos que só serão percebidos quando o quadro estiver muito avançado, isso se o paciente chegar a relacionar ao sono. “Antigamente, ficávamos apenas no que a medicina conhecia como causa orgânica e mais visível. Mas chegamos num ponto que apenas passar essa informação não basta, precisamos entender a importância do autoconhecimento, de si e do seu sono. Por que eu não estou dormindo bem? Não apenas a medicina avançou muito, mas o olhar multidisciplinar sobre o sono melhorou bastante”.
Cansaço, sonolência e mudanças de hábitos, até que ponto devo pensar que isso é apenas reflexo de uma semana puxada e iniciar a me preocupar com a constância? Quando a alteração no sono começa a ser rotina, deve-se avaliar o que está acontecendo. Uma coisa é ter uma noite mal dormida por semana, outra é ter apenas uma noite de descanso a cada sete dias. “Isso influencia em insônia, mas também na depressão, na demência, em outras doenças que estão atreladas a uma condição de sono ruim. Hoje, temos uma medicina muito mais paliativa e prescritiva que preventiva. E cuidar do sono é prevenção. Uma apneia do sono não tratada, por exemplo, aumenta as chances de doenças cardiovasculares, derrame, infarto, câncer, diabetes e Alzheimer. Olha quantas doenças podemos prevenir ou amenizar o impacto futuro tratando o sono”, avalia Rodrigo.
Um diagnóstico bem individualizado vai depender de hábitos, rotina, anatomia do paciente, gravidade da doença e uma série de outros fatores. “Citando o ronco como caso, antigamente dizia ‘nossa, a pessoa dormiu tão bem que até roncou’. Hoje sabemos que o ronco é um aviso que o ar está tendo dificuldade para passar e é um sinal que seu sono não está bom, tem algo atrapalhando e pode ter um impacto muito negativo. E não depende apenas da intensidade e frequência com que acontece. Pode ser pontual, demonstrando uma restrição de fluxo aéreo em algumas circunstâncias ou posições, ou já um alerta de alguma doença, como apneia, que é uma patologia mais grave, do ponto de vista cardiovascular e o impacto cognitivo”, exemplifica.
Não se sentir disposto e radiante logo ao acordar não é sinônimo de preguiça ou improdutividade, mas que talvez você esteja fora do horário do seu ritmo biológico. Talvez você não saiba, mas existe uma variação de propensão de turnos para realizar atividades, que incluem as preferências nos horários de dormir e acordar. Isto é chamado cronotipo. Existem as pessoas matutinas (que rendem mais pelas manhãs), as vespertinas (que sentem-se mais dispostas à tarde e à noite) e as intermediárias (que possuem uma tendência biológica mais variável). Essa disposição genética que provavelmente afetava o rendimento e humor de Sara* (nome fictício para preservar a privacidade da fonte) quando criança e adolescente. Desde cedo ela tinha problemas para dormir e percebia aumento de energia no período da noite. “Enquanto a maioria dos meus colegas sentia disposição pela manhã para estudar, para mim era uma penalidade ter que fazer isso. Ainda hoje sinto que não consigo render muito pela manhã, mas aprendi a administrar com as responsabilidades adultas”, conta.
Para ela, a privação de sono era parte de uma rotina vista como normal, já que o pai e a avó também sofriam do mesmo mal. Relutante em tomar qualquer tipo de medicação para induzir o sono, buscou alternativas naturais para relaxamento, como um chá de camomila, prática de yoga e meditação. Entretanto, após a pandemia o cenário agravou, com o despertar constante na madrugada, fome, períodos de cansaço durante o dia, falta de libido, mas, principalmente, irritabilidade. “Procurei um especialista mais a pedido do meu marido que por mim. Como convivo com a insônia há muito tempo, dormir pouco me parece natural. No início não estava muito firme no tratamento, mas vi que era necessário manter a frequência e tenho percebido muita diferença no meu dia a dia. Estou conseguindo acordar mais cedo, notei mais disposição pela manhã e a volta da minha paciência, um ganho na qualidade de vida que não percebi que havia perdido”, avalia.
De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Sono – Absono Regional de Santa Catarina, a otorrinolaringologista Amanda Costa, vivemos em uma sociedade que “vende” o sono muito barato, quando ele é o regulador de todos os processos que fazemos durante o dia. “Dormir bem diariamente é como uma caderneta de poupança para o futuro do seu corpo e de sua mente. O sistema imunológico é afetado com um sono de baixa qualidade. A medicina, em inúmeros artigos provou que, para desenvolver anticorpos adequados, precisamos de um sono reparador. Quem dorme mal ou trabalha à noite pode ter sim sua imunidade alterada, por conta das horas de sono que lhe faltam”, explana.
Basicamente, dormir é uma necessidade biológica inegociável e o sono é o grande maestro do nosso organismo. “Precisamos fazer alertas: despertar durante o sono, roncar, acordar como se um caminhão tivesse passado por cima de você, adormecer ao volante não são situações normais. Mas nem todo paciente doente do sono tem sonolência. Mulheres, por exemplo, têm menos sonolência que homens. Elas têm outros sinais, como irritabilidade, instabilidade emocional e dores de cabeça. Quem nem sequer tem sonolência demora muito mais tempo para buscar um especialista”, alerta Amanda.
Considerando que 30% da população adulta tem ronco e apneia obstrutiva do sono, é importante estar atento aos sinais de risco. Se você tem pressão alta, é um homem acima de 50 anos e é obeso, já tem alta chance de ter apneia obstrutiva do sono. A sonolência durante o dia é mais um fator. “E essas pessoas estão por aí, operando máquinas pesadas, dirigindo carros, sonolentas, produzindo pouco, mal-humoradas, sem sequer saber o motivo. Se não procurarmos os fatores de risco e esperarmos alguém dormir ao volante, ter um infarto ou ficar com a memória fraca, aí teremos perdido muito tempo. Por isso, avaliar o sono deveria ser obrigatório em diversas investigações e acompanhamentos de doenças, como hipertensão e problemas cardiovasculares. Os sintomas diurnos são tardios nas doenças do sono. Não podemos esperar que eles apareçam para iniciar uma investigação”, afirma a médica.
Mas vale lembrar que essas não são doenças exclusivas de adultos e idosos. Cada vez mais crianças e adolescentes são afetadas por distúrbios do sono. Pressão, ansiedade, estímulos de telas cada vez mais precoces e exposição à situações de estresse podem acarretar em insônia, pernas inquietas, apneia e distúrbio comportamental do sono REM – Rapid Eye Movement, a fase mais profunda do sono. “Essa é a roda-vida do jovem hoje em dia. Toma remédio para dormir, para acordar, para produzir mais e por aí vai. Mas o único sono realmente reparador é o natural. Então, às vezes, vejo as pessoas achando que descobriram a roda quando começam a usar estimulantes, quando na verdade, elas estão fazendo um retrabalho e estressando o organismo”.
A preocupação com a automedicação é unanimidade entre os médicos entrevistados nessa reportagem. Todos relatam ver pacientes utilizando, por conta própria, dosagens absurdas de medicamentos para induzir o sono, chegando a doses 100 vezes maiores que a recomendada, alguns até sendo usados de forma recreativa. “Há toda uma avaliação que deve ser feita para definir a dose certa de medicamento para cada paciente, com um raciocínio clínico, diferente do resto da medicina, como um antibiótico, por exemplo, que tem escalonamento de complexidade. Na psiquiatria não tem escalonamento, são sinais, sintomas, história e o que quero de efeito colateral ao meu favor. O correto não é nem falar ‘efeito colateral’, mas efeito da substância. São reações adversas que não desejaríamos, mas elas estão lá, então vamos aproveitar ao nosso favor. Por exemplo, se esse antidepressivo causa sedação, vou usá-lo à noite em alguém que tenha insônia, mas se tiver uma ansiedade de base, tenho que tratar a ansiedade primeiro. O Zolpidem sempre constou na bula que causava alucinação, dentre outros efeitos colaterais, e isso foi ignorado. Nos últimos anos teve 600% de aumento nas vendas. E sim, tem gente usando de forma recreacional, porque dá um barato”, expõe a médica psiquiatra Rafaela Pavan, especialista em Saúde Mental no Contexto Multidisciplinar e em Sono. “Não temos nenhum medicamento para o sono, especificamente. Temos remédios que auxiliam no processo de relaxamento de sedação, reduzem a ansiedade e melhoram o padrão de sono-vigília por causa da melhora do seu dia”, completa.
Foi isso que escalonou consideravelmente o problema da representante farmacêutica Thainá Rossi, de 26 anos. Lidando com ansiedade desde a infância, no último ano da faculdade e o primeiro de formada viu seu quadro evoluir para Transtorno de Ansiedade Generalizada com episódios depressivos. Morando sozinha em outra cidade e com uma rotina corrida, tinha muita dificuldade em dormir. Antes de buscar atendimento psiquiátrico, usava alguns remédios que poderiam ajudar a induzir o sono, como antialérgicos, relaxantes musculares e medicamentos que nem eram seus. “Comecei a tomar Zolpidem com o meu primeiro psiquiatra. Minha mãe relata que a primeira noite com o remédio, ela passou me embalando, porque eu chorava o tempo todo. Não resolveu, pois ele induzia meu sono, mas ainda acordava de madrugada, aí fiz a troca por um medicamento que me fazia dormir, mas acordava cansada e passava o dia sonolenta”, conta. No meio do caminho, muitos acontecimentos, troca de médicos, compulsão alimentar e uma lipoaspiração. “Eu já estava um robô. Tomava energético o dia inteiro para me manter acordada. Sentia dor de cabeça e nos olhos, irritabilidade, uma compulsão alimentar absurda e a ansiedade terrível”, lembra.
Thainá finalmente percebeu que nada adiantava tratar apenas a ansiedade ou induzir o sono por medicamento. Precisava encontrar a causa dos seus gatilhos de ambas as questões. Quando iniciou um acompanhamento psiquiátrico especializado, fez um exame de actigrafia – uma espécie de smartwatch que monitora suas atividades por 14 a 28 dias, mostrando seus parâmetros tanto acordado quanto dormindo, para posteriormente os dados serem analisados pelo médico. “É um exame sensacional, porque ele mostra exatamente o que você descreve ao médico, no meu caso, que não conseguia dormir e acordava durante a noite. O laudo do exame mostrou que eu despertava a cada cinco minutos, não de forma consciente que me fizesse de fato acordar, mas estava constantemente sendo desperta de uma maneira a não chegar em um sono profundo. Em duas semanas que fui monitorada pelo aparelho, não cheguei nenhuma vez ao sono REM. Então era óbvio que estava cansada, com compulsão alimentar, ansiosa e com problemas de memória. Não tem como não estar, se eu não dormia”, recorda.
Após o laudo, a farmacêutica percebeu comprovadamente a gravidade da sua situação. O tratamento inicial constou em ajustes dos medicamentos para ansiedade e compulsão alimentar e algo para ajudá-la a dormir por um período preliminar. Regular a rotina também foi essencial, monitorar por aplicativo a higiene do sono, reduzir o uso de celular e diminuir a incidência de luz à noite, se expor mais à luz do sol durante o dia e praticar exercício físico regular. “Parece pouco, mas esses pequenos ajustes mexem muito com você. Quando você começa a ter controle sobre o seu corpo, identifica mais facilmente quais fatores vão influenciar para não dormir ou ter mais ansiedade. Mas nunca é de primeira, temos que fazer as tentativas e encontrar o que dá certo. Talvez eu nunca fique sem medicamento para a ansiedade, mas neste momento, e falo com muito orgulho, não estou mais usando remédio para dormir. E isso é maravilhoso! Minha compulsão alimentar está muito menos intensa, minha memória e meu humor melhoraram. E percebo isso diretamente na minha ansiedade. Sou outra pessoa”, exalta.
A higiene do sono é um hábito com grande impacto na sua rotina. Conforme a psiquiatra Rafaela, é sobre estabelecer padrões e critérios para lhe ensinar a dormir novamente. “Criando rotinas, você vai treinando seu cérebro, formando rituais que te acalmem. Chegue em casa, tome um banho, coloque o pijama, faça uma refeição leve, tome um chá e vá desligando as luzes. Todo esse ritual vai avisar seu cérebro que está na hora de dormir. Além da rotina de higiene do sono, é importante não usar medicação sem indicação ou sem saber porquê está usando e saber os limites desse remédio. Também entender que o sono é diferente nas diversas fases da vida, respeitar os períodos e compreender que ele faz parte dos pilares do bem-estar e da saúde mental”, orienta.
Depois de ter passado por tudo isso, Thainá acha de extrema importância alertar sobre a influência do sono no organismo. “Você pode dormir 20 horas no fim de semana, mas se você passou a semana toda sem dormir, não vai adiantar. Cheguei num nível que chorava de cansaço, de estresse, de desespero. As pessoas não têm noção de como o sono é importante e afeta toda a sua vida. Foram anos dopada com medicamento. Olho para trás e vejo quanto tempo perdi e o quanto eu me perdi. Hoje, me sinto vitoriosa, voltei a pertencer a mim, porque não era dona de mim mesma. É libertador”, finaliza.
Talvez você tenha identificado os intertítulos dessa matéria como “frases motivacionais” comumente utilizadas para incentivar o trabalho dito “produtivo”, mas que apenas contribuem para a perpetuação de uma sociedade que continua a banalizar o sono, ignorar o cansaço e recompensar a exaustão. E você, como tem dormido?
Carol Bonamigo
Jornalista, especialista em Cinema e Realização Audiovisual, Diretora de Jornalismo e sócia da revista Flash Vip