Entenda a diferença entre os problemas ortopédicos e as principais opções de tratamento.
A ortopedia e a traumatologia são áreas interligadas da medicina que, embora frequentemente confundidas, possuem enfoques distintos. Segundo o médico ortopedista, Dr. Guilherme Dalul, especialista em Cirurgia de Ombro e Cotovelo, compreender essas diferenças é essencial para entender melhor os tratamentos disponíveis, tanto clínicos quanto cirúrgicos. A traumatologia lida com lesões decorrentes de acidentes ou impactos súbitos, como fraturas, rupturas de tendões ou músculos. Essas situações, muitas vezes, requerem atendimento de urgência e tratamentos imediatos. “O trauma é resultado de um evento específico, como uma queda, acidente ou um impacto direto, que pode demandar intervenções rápidas, desde imobilizações até cirurgias para reparar estruturas danificadas”, explica Dr. Dalul.
Já a ortopedia trata principalmente de condições patológicas ou que se desenvolvem ao longo do tempo, geralmente devido ao desgaste natural do corpo, má postura ou predisposições genéticas.
“Com o envelhecimento, nosso corpo passa por mudanças internas que nem sempre são visíveis, como o desgaste das articulações e toda estrutura musculoesquelética, causando dor e rigidez progressivas”, comenta o especialista. Condições comuns na ortopedia incluem a artrose, uma degeneração articular que afeta principalmente áreas de carga como joelhos, quadris e ombros. “Na nossa região, com muitos trabalhadores braçais na agroindústria, é comum observar casos de artrose e lesões tendinosas no ombro, resultado de esforço repetitivo ao longo dos anos”, ressalta Dr. Dalul.
Uma dor persistente por mais de 15 dias, que impacte as atividades diárias, é um sinal claro de que é hora de buscar um especialista. “Na consulta, o exame físico é fundamental para identificar a origem do problema e muitos pacientes já saem com um tratamento paliativo para controlar a dor e retomar a qualidade de vida enquanto aguardam exames complementares”, destaca o médico.
Em muitos casos, tratamentos clínicos como fisioterapia, medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos e infiltrações articulares podem aliviar os sintomas. “Esses recursos ajudam a melhorar a função articular e a controlar a dor, especialmente nas fases iniciais das doenças ortopédicas”, explica. Entretanto, há situações em que a intervenção cirúrgica é inevitável, seja por lesões traumáticas graves, como fraturas ou rupturas traumáticas de tendões, ou pela degeneração avançada das articulações.
“Quando a cartilagem está completamente desgastada e o paciente sente dor intensa que compromete sua qualidade de vida, a substituição por prótese é uma solução eficaz”, afirma. A artroplastia, como é chamada a cirurgia de substituição articular, tem como objetivo aliviar a dor e devolver a funcionalidade das articulações. “Além de permitir atividades cotidianas, a prótese pode até possibilitar o retorno a atividades físicas moderadas, desde que com acompanhamento profissional adequado”, complementa Dr. Dalul.
Manter uma postura correta, praticar exercícios regulares e evitar sobrecargas nas articulações são atitudes que ajudam a preservar a saúde musculoesquelética. Além disso, procurar um especialista ao primeiro sinal de dor pode evitar o agravamento de problemas que, muitas vezes, evoluem de forma silenciosa.
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