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10/06/2024 publi

Cuidando da visão

Aumento de diagnósticos de miopia rapidamente progressiva preocupa especialistas

Conforme explica a médica oftalmologista, Janaína de Oliveira Dias, a miopia – uma condição ocular caracterizada pela dificuldade em enxergar objetos distantes claramente – está se tornando cada vez mais prevalente, e alerta para as consequências adversas a longo prazo se não for devidamente controlada desde cedo. “O assunto mais estudado na oftalmologia atualmente é o controle de miopia em crianças e adolescentes. Antigamente, você era diagnosticado e apenas sabia que o grau iria aumentar progressivamente. Hoje, existe contenção com óculos especiais, lentes de contato específicas ou colírios. O controle da doença já se tornou um objetivo da

Organização Mundial da Saúde (OMS) e, há dois anos, fundamos a Academia Brasileira do Controle de Miopia e Ortoceratologia – ABRACMO, da qual eu faço parte”, afirma a médica, especialista em Lentes de Contato Especiais e em Córnea, mestre em Gestão, Tecnologia e Saúde Ocular, pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Segundo a OMS, a miopia afeta cerca de 23% da população mundial e estima-se que até 2050, cerca de 50% das pessoas serão míopes. E por que as pessoas, em especial as crianças, estão cada vez mais suscetíveis a essa patologia?

De acordo com a Dra. Janaína, por fatores genéticos e também por questões ambientais e comportamentais. “O principal agravante dessa geração é o uso excessivo de telas – tablets e celulares, – pouca exposição à luz solar e a mais atividades indoor do que fora de casa. O olho é formado de sistema nervoso, e esse excesso de estímulo muito perto do olho acelera o processo da miopia. A alta miopia, em torno de 6 graus, é uma doença grave, que favorece o glaucoma precoce (caracterizado pela degeneração das células do nervo óptico), maculopatia (uma doença do centro da visão), catarata e o descolamento de retina, além de ser uma das causas de cegueira antes dos 50 anos”, alerta a médica. No entanto, existem tratamentos eficazes que ajudam a controlar a miopia, com taxa de êxito entre 70 a 80%.

Conforme Janaína, é preciso alinhar medidas comportamentais aos tratamentos para garantir a efetividade. “Não expor a criança a telas antes dos 2 anos e, dos 2 aos 7, permitir no máximo uma hora por dia. Até os 18 anos o ideal seriam quatro horas por dia, no máximo. Além disso, também é importante lembrar que o olho se desenvolve com luz. A criança tem que tomar sol, brincar fora de casa, ao menos 20 a 30 minutos, três vezes por semana, pois o sol faz a contra regulação negativa do crescimento do olho, ou seja, ele não deixa o olho crescer desenfreadamente. Essas são as medidas comportamentais. Já os tratamentos, são quatro opções. Um com colírio (atropina) em dose milesimal, na parte da noite, por no mínimo dois anos ou até o fim da puberdade. Outro são óculos com lentes de desenho especial. Também há a opção de lentes para dormir ortoceratológicas, que corrigem o grau durante a noite, não havendo necessidade de usar óculos ou lentes de contato durante o dia. Ou as lentes gelatinosas para crianças, de descarte diário. Com esses tratamentos estamos conseguindo um controle maior da doença. Não vai pará-la, mas fará com que ela evolua normalmente, não chegando a uma miopia patológica ou degenerativa”, explica a oftalmologista.


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Revista Flash Vip, contando histórias desde 2003.
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