As mulheres batalham pelo direito ao seu corpo, intelectualidade e sexualidade.
Desde que o mundo é mundo, as mulheres batalham para ocupar não apenas seu lugar ao sol, mas também pelo direito ao seu corpo, intelectualidade e sexualidade.
Ainda nos tempos das cavernas, sendo arrastada pelos cabelos, representando a fragilidade feminina e o domínio da força masculina.
E de lá para cá, a mudança transformadora ainda está distante do ideal. Apesar de conquistas significativas ao longo da história, a mulher continua sendo a principal vítima do escárnio e da quebra de confiança de quem, em algum momento, se mostrou confiável e de retidão moral. Mais ainda, digno de lealdade ao ponto de confiar e expor fotos ou vídeos íntimos no relacionamento que deveria ser privativo. E, exatamente nesse ponto, que a confiança quebra e novamente a mulher retorna para o histórico e contínuo preconceito por ser mulher, por não poder se expressar, pela sua feminilidade e sexualidade.
O que era pra ser secreto, íntimo e natural torna-se uma vitrine virtual, expondo, julgando e condenando a mulher. Sim, sempre Ela. O homem pode, afinal ele é homem e a sociedade permite que assim seja. Mas falando melhor, permitia.
Atualmente, contamos com leis que protegem e amparam a mulher. Pouco conhecidas, que vão desde a proteção da imagem até o não uso de preservativos sem consentimento, essas leis são vitórias femininas conquistadas com sangue, suor e lágrimas, literalmente. Além de muita dor e traumas físicos e psicológicos.
O fato da associação do corpo feminino à sexualidade implica diretamente no pensamento machista e retrógrado sobre a figura da mulher, enraizado na sociedade patriarcal e heteronormativa. Além do grande mercado da apropriação de imagem, como está bem dito nas próximas páginas.
Isso mostra de maneira efetiva as desvantagens e injustiças que as mulheres sofrem todos os dias, apenas por serem mulheres.
Nesta edição, a Flash Vip quer auxiliar e disseminar as informações sobre a legislação vigente, pois diversas leis garantem o direito feminino. Nossas leitoras precisam saber os caminhos legais na luta pelo direito à dignidade sexual, como a garantia da intimidade, da inviolabilidade de correspondência que visam a proteção indireta ao segredo.
E é sobre essa luta histórica, antiga, longa, duradoura, difícil e cruel que nossa matéria Especial de capa retrata.
A luta feminina pelos seus direitos de privacidade.
Carla Hirsh