Infelizmente, meus desejos do editorial passado não se concretizaram ainda. Gostaria de falar somente de bons sentimentos, da ressignificação e da sonhada cura, mas ainda estamos em grande batalha sanitária mundial contra a Covid-19. A ciência avançou alguns passos e a esperança da vacina é cada vez maior. E que assim seja. Porém, o desafio da saúde não é o único.
"Saco vazio não para em pé". As pessoas precisam trabalhar, a economia tem que girar, as indústrias produzir, o comércio vender e agora, mais que nunca, os líderes e suas ações são decisivas para que a roda continue girando.
O conceito antigo "manda quem pode, obedece quem tem juízo" já não é mais seguido.
A busca agora é de modelos de liderança e exemplos. E nesses momentos, seguir os bons, com resultados eficazes e equilibrados nas decisões, entre saúde e economia, priorizando o melhor.
Aproveitar para tirar dos "maus" exemplos que não devemos ser e seguir. Ter a capacidade e a consciência de todas as ações.
E como bem escrito está, na matéria especial desta edição, "equilibrando os diversos aspectos que o cercam, incluindo suas próprias emoções, para garantir a sincronia que tudo permaneça em movimento".
Imaginem a pressão interna e pessoal de um líder, com uma nação, uma cidade, uma empresa, uma família dependendo quase que exclusivamente de suas decisões?
É como o malabarista que ilustra nossa capa. Entre um movimento e outro, magistralmente "equilibra os pratos" para que não caiam e se quebrem.
Sempre que são divulgados os números da pandemia, para os envolvidos, não são apenas os números, e sim pais, mães, filhos, irmãos e amigos. O mortos tem nome e sobrenome, CPF, endereço e uma história de vida cessada ali, engrossando a estatística.
Tomar uma decisão que afeta a vida de centenas, milhares ou até milhões de pessoas. Ter foco, clareza, objetividade e humanidade. Definitivamente não é uma tarefa fácil.
Liderar, é liderar ou liderar… Não tem outra fórmula. Desenvolver novas habilidades e ser resiliente a fim de se moldar no novo mundo.
E como necessitamos nos manter em movimento, um tema que não pode ser deixado para depois. Um bate-papo sensível, inteligente e que deu, a nós, um grande orgulho por dispor na Flash Vip a voz que deveria ser como um mantra nos dias de hoje. #foraracismo
É preciso reconhecer que a população é, sim, racista. A negligência cristalizada no núcleo da sociedade potencializa o racismo estrutural compreendido como um processo cultural e sócio-histórico de reprodução de comportamentos racistas.
Vamos parar de fingir que não existe racismo e que ele não é praticado pelas pessoas que se dizem não ser racistas. Mesmo que de forma inconsciente, está presente e fortemente ainda arraigado a essa cultura infame, através de anedotas, olhares curiosos, ditados (im)populares, xenofobia, moldes de beleza e tantos outros atos.
Sem querer dramatizar ou apelar para uma ideia vitimista ocasional. Mas dar espaço à representatividade, expressar os interesses e que estes não sejam discriminados e, em hipótese alguma, segregar nem mais em pensamento. E assim que nossos filhos devem aprender, crescer e educar os filhos deles. Quem sabe exterminamos o mais desprezível comportamento (des)humano.
Será o fim do mundo? Não. Será um mundo novo!
Um superbeijo e ótima leitura!
Carla Hirsch
Jornalista, especialista em Marketing, editora-chefe e sócia-fundadora da Revista Flash Vip